segunda-feira, 17 de setembro de 2012

HORMÔNIO BIOIDÊNTICOS-RETARDE O ENVELHECIMENTO

Hormônios Bioidênticos

Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro e o crescimento do número de idosos no país, cada vez mais médicos e especialistas se deparam com questões relacionadas às terapias contra o envelhecimento. Dessa forma, Uma delas é a reposição hormonal. 
Muito se fala, hoje, dos chamados Hormônios Bioidênticos, substâncias hormonais que possuem exatamente a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios produzidos no corpo humano. A nomenclatura, no entanto, está sendo utilizada, indevidamente, apenas para os hormônios manipulados, como se fossem novas opções de tratamento quando, na verdade, há muito tempo hormônios bioidênticos são produzidos em indústrias farmacêuticas e estão disponíveis nas farmácias.
Para o Dr. Ricardo Meirelles, o uso do termo vem sendo feito com objetivos evidentemente comerciais, como uma forma de marketing. "Na realidade, quando um endocrinologista prescreve tiroxina (hormônio tiroidiano), estradiol e progesterona natural (hormônios ovarianos), testosterona (hormônio masculino), hormônio do crescimento e outros, está receitando hormônios bioidênticos, no sentido de que são hormônios cuja fórmula molecular é igual à dos produzidos pelo corpo humano", afirma.
De acordo com a Dra. Ruth Clapauch*, o uso dos bioidênticos pode ser apropriado, porém devem ser utilizados com cautela. "Eles são importantes para controlar os níveis hormonais no organismo, repondo o que falta no nosso corpo, mas somente um endocrinologista estará apto para receitá-los de maneira correta, na dose ideal, evitando complicações futuras", afirma. Para ela, médicos devem estar atentos e dar preferência na prescrição médica a produtos produzidos com tecnologia de ponta e não artesanalmente, onde possa estar garantido o grau de pureza, dosagem, estabilidade, absorção, eficácia e segurança. "Fórmulas manipuladas podem apresentar diferenças em relação a substâncias testadas pela indústria farmacêutica, que passaram por estudos em laboratório, em animais e em pessoas antes que fossem aprovadas  para comercialização", afirma.
A doutora relembra o posicionamento Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos. Ele adverte que a fabricação individualizada de um hormônio, a tal "customização", é praticamente impossível de ser alcançada "porque os níveis de hormônio no sangue são difíceis de medir e regular devido às variações fisiológicas". Além disso, segundo o posicionamento, não há estudos que atestem os benefícios e riscos dos bioidênticos manipulados.
A especialista concorda com o texto. "Muitos dos manipulados não são controlados pelos órgãos de vigilância sanitária, ao contrário daqueles fabricados pelos grandes laboratórios, que foram testados e estudados", afirma. "Com hormônios industrializados, fica mais fácil para que o endocrinologista individualize a reposição hormonal, já que não existem oscilações nem inconsistência na quantidade das substâncias", completa.
Embora muitos médicos defendam que os bioidênticos sejam a chave para reduzir o processo de envelhecimento do corpo de maneira natural, nada está comprovado cientificamente e a população deve tomar cuidado com tais promessas. "Alguns especialistas defendem o fato de que os bioidênticos manipulados são naturais e, por causa disso, o organismo seria capaz de metabolizá-lo da mesma forma que faria com um hormônio do próprio corpo. No entanto, eles são produzidos de maneira artificial, e sofrem alterações em sua estrutura química", alerta a Dra. Ruth.
(*)Dra. Ruth Clapauch
Formação
Residência médica + curso de especialização em Endocrinologia (IEDE)
Título de especialista em Endocrinologia
Mestrado (UFRJ) e Doutorado (UERJ)
Professora de pós graduação em Endocrinologia

Atualmente é vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia, já tendo sido presidente deste Departamento em 2 gestões
Membro da Comissão de Educação Médica Continuada da SBEM
Autora de diversos artigos em revistas científicas nacionais e internacionais sobre reposição hormonal 




Terapias antienvelhecimento: riscos, alertas e cuidados


Especialistas denunciam: “Terapias que prometem combater os efeitos do envelhecimento, usando vitaminas, antioxidantes e hormônios, não têm comprovação científica de sua eficácia e podem aumentar os riscos de diabetes e câncer”. 11/06/2012 - por Redação Portal na categoria “Saúde-Doença” na categoria 'Saúde-Doença'
Charles Saint-Beuve (1804 – 1869), crítico literário e um dos grandes nomes da história da literatura francesa, costumava dizer: “Envelhecer ainda é a única maneira que se descobriu de viver muito tempo”.
Então, por que não envelhecer? Por que tantas terapias antienvelhecimento?
O alerta foi feito por especialistas brasileiros e estrangeiros na abertura do Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, realizado no Rio de Janeiro: “Terapias que prometem combater os efeitos do envelhecimento, usando vitaminas, antioxidantes e hormônios, não têm comprovação científica de sua eficácia e podem aumentar os riscos de diabetes e câncer”.
O objetivo comum do grupo é a elaboração de um documento que subsidie o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na formulação de novas regras que coíbam a prática da chamada “medicina antiaging” no país.
No entanto, essa iniciativa gerou controvérsias entre os associados presentes no Congresso, pois achavam que a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) deveria se preocupar mais com o crescente número de pessoas que chegam à velhice sem nenhuma proteção, exigindo junto ao setor público a aplicação das leis existentes em relação ao segmento idoso. Isto é, exigiam um posicionamento político em relação à qualidade de vida da maioria dos velhos deste país e não ocupar um tempo “precioso” do Congresso para falar sobre o combate dos efeitos do envelhecimento.
Medicina antiaging
A “medicina antiaging” se propõe a reverter ou retardar o processo de envelhecimento através de um programa médico que se denomina personalizado e global. Oficialmente, ela não é reconhecida como especialidade médica, mas não há punição para quem a pratica e muito menos fiscalização sistematizada.
Dizem os especialistas que “um dos vilões dessa terapia é o hormônio do crescimento (GH), que tem indicações muito restritas (pessoas com nanismo, pacientes renais crônicos e portadores de HIV, por exemplo), mas que hoje é prescrito com o objetivo de ganho de músculos e queima de gordura”.
A geriatra Elisa Franco, da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, afirma que “60% das indicações desses hormônios são off label, ou seja, por conta e risco do médico que os indicam, sem amparo científico de que sejam eficazes”.
“Os estudos mostram que essas drogas dobram o risco de tumores de fígado e aumentam em quatro vezes as chances de a pessoa ter diabetes. Também há relatos de acromegalia (crescimento de órgãos, inclusive o coração)”, denunciam os especialistas.


O geriatra Thomas Perls (foto), professor da Escola de Medicina da Universidade de Boston (EUA), alerta que os médicos que estão propondo essa terapia com o propósito de retardar o envelhecimento são “antiéticos e antiprofissionais”: “Nos EUA, não conseguimos muita coisa ao tentar coibir essa prática. Espero que vocês tenham mais sorte”.
Não se trata de sorte e sim de denunciar práticas falsas e perigosas que expõe as pessoas a riscos incalculáveis e alguns até irreversíveis.
Com relação ao perigo na venda dos chamados hormônios bioidênticos (supostamente também retardariam a velocidade do envelhecimento), Silvia Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia explica: “Não há nenhum estudo científico sério que ateste algum benefício desses hormônios”.
Os especialistas chamam atenção para outros hormônios (testosterona e o tireoidiano) e vitaminas (E, C e betacaroteno) que também têm sido indicados contra o envelhecimento, entretanto tais medicamentos não têm respaldo científico.
Os riscos são muitos. Um deles é a ingestão desnecessária de vitaminas que pode provocar a sobrecarga dos rins. Pesquisas recentes também associaram a vitamina E a um risco maior de câncer de próstata: “Em geral, quem tem acesso a essa tal de medicina ‘antiaging’ é a elite. São pessoas que têm acesso ao conhecimento, mas preferem se iludir”, diz Silvia Pereira.
O outro lado
O presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, Edson Luiz Peracchi rebate: “Não entendo por que o alarde. Os bioidênticos são produzidos e registrados no mundo todo”.
Ele lembra que, em 2010, o Conselho Federal de Medicina publicou normas para as práticas da ortomolecular, que incluem a prescrição de suplementos de vitaminas, minerais e hormônios em caso de deficiência. Indignado, ele diz: “Esse assunto já foi discutido, a normalização científica já existe. Tentar negar a importância de suplementos de vitaminas e minerais chega ao absurdo”.
Peracchi complementa: “a publicação dessa resolução agora é falta de assunto. Isso é para gerar constrangimento ao exercício profissional, assustar médicos menos avisados. É uma forma de terrorismo mental”.
Segundo Olszewer, especialista em ortomolecular, o rótulo “antienvelhecimento” não é adequado e acaba usado como chamariz: “O que existe é melhorar a qualidade de vida. O único tratamento antienvelhecimento que eu conheço é morrer jovem”.


Envelhecer...jamais?
Enquanto o conhecimento representa um bem valioso, ele, ao mesmo tempo, pode trabalhar como um importante vilão, uma espécie de Dorian Gray atualizado (romance de Oscar Wilde) que tudo faz pela juventude eterna:
Ao ver-se em seu retrato finalmente pronto, o inconformado herói desabafa:
"Eu ficarei velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!"
Pobre Dorian Gray...
Referências
COLLUCCI, C. (2012). Geriatras atacam uso de antioxidante e hormônio contra envelhecimento. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1094380-geriatras-atacam-uso-de-antioxidante-e-hormonio-contra-envelhecimento.shtml. Acesso em 23/05/2012.
MISMETTI, D. (2012). Médicos ortomoleculares defendem terapias antienvelhecimento. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1094387-medicos-ortomoleculares-defendem-terapias-antienvelhecimento.shtml. Acesso em 25/05/2012.
Fotos: SBGG

  

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Hormônios para crescer-GH

O crescimento normal do bebê recém-nascido, da criança pré-escolar e escolar é objeto de cuidadosa avaliação tanto em atendimento particular como em postos de unidades primárias de saúde, na rede pública. As crianças são avaliadas por sua altura, e o médico deve observar se o ritmo de crescimento corresponde aos valores normais para a idade cronológica, isto é, a idade estabelecida em anos e meses desde o nascimento. Os desvios que mais preocupam os pais são aqueles que mostram que a menina ou o menino é mais baixo em relação ao conjunto de sua classe na escola. "Meu filho é o mais baixo da classe, doutor!". Esta é a frase mais ouvida e a queixa mais freqüente.

Na seqüência os pais costumam mostrar receio com a frase clássica "ouvi dizer que hormônio para crescer é perigoso". O medo do hormônio é resquício do passado, porque há 40 ou 50 anos, os únicos medicamentos utilizados (não por todos os especialistas) consistiam em fármacos de ação androgênica, isto é, um tipo de hormônio masculino atenuado e também denominado de anabólico. Estes medicamentos faziam sucesso pois após a sua utilização as crianças passavam a ter mais apetite, comiam melhor, ganhavam peso, estatura e adquiriam musculatura. Todos ficavam satisfeitos: o paciente, os pais e o médico.

Mas, infelizmente o uso prolongado e excessivo de anabólicos levava, com menor ou maior freqüência, ao "fechamento" das áreas de crescimento dos ossos (epífises ósseas) e a estatura adulta do paciente decepcionava. Alguns raros casos apresentavam virilização, isto é, sinais de excesso hormonal (pêlos excessivos, acne, pele oleosa, alterações genitais). Tudo isto é coisa do passado. Hoje dispomos de outros meios para garantir um tratamento mais adequado e assegurar estatura normal.

Como produzir hormônio do crescimento
Há 20 ou30 anos o hormônio de crescimento já era conhecido, mas sua obtenção era artesanal. As quantidades obtidas eram mínimas, resultando em preço elevadíssimo dado o custo de extração. A ciência nos confirma que cada mamífero possui o "seu" hormônio de crescimento específico para o desenvolvimento de sua prole. Assim o hormônio de crescimento de um primata (chimpanzé) não serve para um bezerro crescer e o hormônio de crescimento bovino não induz efeitos em humanos. A solução foi buscar hipófises (nossa glândula central) humanas e tentar extrair o hormônio de crescimento humano. Mas como já disse, hipófises disponíveis são raras e a extração difícil e trabalhosa, além de outros problemas de contaminação com vírus, outros hormônios e substâncias não desejáveis.

Com o advento da biologia molecular foi possível isolar o gene responsável pela síntese de hormônio de crescimento (chamado de GH, na sigla inglesa). O gene do GH pode ser colocado dentro um sistema biológico artificial e, em condições adequadas de nutrição, temperatura, umidade, ele passa a "soltar" no meio biológico o GH humano. Este GH é purificado, desidratado, transformado em "um pozinho branco", pronto para ser usado. É igualzinho ao hormônio de crescimento que a criança produz. Não há a mínima diferença, realizando aquilo que dele esperamos: induzir crescimento para as crianças que têm dificuldade em crescer normalmente.

A criança que precisa ser tratada com GH
O ganho estatural desde a concepção até o fim da puberdade depende do crescimento ósseo longitudinal das cartilagens de crescimento nos ossos longos (basicamente braços, pernas).Claro que fatores nutricionais, hormonais, minerais e doenças modificam o padrão normal de crescimento. Por exemplo, crianças desnutridas, sem oferta de proteínas, calorias e sais minerais não crescem bem. Crianças com doenças respiratórias crônicas (asma brônquica) têm períodos de anorexia ("não comem nada") e velocidade de crescimento anual diminuída. Além disso, os medicamentos utilizados (cortisona) nesses casos podem alterar o ritmo do crescimento. Neste grupo de crianças existe um efeito muito benéfico de hormônio de crescimento associado a cuidados de melhora da doença respiratória principal.

Anemias diminuem o ritmo de crescimento, principalmente as de fundo genético, que possuem genes formadores da hemoglobina anômala. A solução é tratar estas hemoglobinopatias. Muito importante é a avaliação de função hepática. O fígado, sob influência do GH, produz uma outra substância com o nome de IGF que estimula a cartilagem a crescer. No caso de hepatites crônicas o fígado deixa de fazer esta função apesar da criança ter GH normal. Outras doenças crônicas, sejam do sistema renal (nefropatias crônicas), seja do sistema cardíaco (cardiopatias crônicas) precisam ser avaliadas, diagnosticadas e tratadas para resultar em crescimento normal. Portanto, a terapia com GH deve ser instituída, se for o caso, após resolvidos os problemas básicos de saúde da criança bem como garantido o aporte nutricional adequado.

Avaliar se a criança tem deficiência de GH
São vários os testes que nos indicam se a criança está com falta relativa ou absoluta de secreção de GH. Pode-se solicitar que execute exercício aeróbico por 15-20 minutos. O GH normalmente eleva-se após exercício aeróbico indicando normalidade de síntese de GH. Medicamentos como clonidina ou insulina são administrados e provocam elevação rápida do GH em crianças normais. Quando estes testes indicam que há falta de produção de GH, pode-se pensar em tratamento com este hormônio. Muitas vezes a criança, nascida de pais de baixa estatura, pode apresentar retardo de crescimento idiopático. Ela cresce menos do que as outras. Já existe, hoje, indicação para o uso de GH neste grupo de crianças com resultados animadores. Mas quanto mais cedo se iniciar a terapêutica (8-9 anos) melhor o resultado. Não esperar até a puberdade, pois após depois de uma fase, os resultados são decepcionantes. O essencial é não ter receio ou preconceito contra o tratamento hormonal com GH.
fonte:Dr: Pereira, Rodrigo Ferreira -Endocrinologista
 
Crescimento
Estamos mais altos
A altura média dos jovens brasileiros aumentou
5 centímetros em relação à da geração anterior

A diferença entre os adolescentes de agora e os da geração anterior pode ser medida com régua: os meninos estão 5 centímetros mais altos e as meninas, 3. O padrão médio de altura de um jovem adulto hoje é de 1,75 metro. Nas meninas, esse valor fica em 1,65 metro. É um perfil típico de classe média urbana, e há variações consideráveis com relação à população mais pobre e de regiões onde o acesso à variedade de alimentos é menor. Atribui-se o aumento na altura média do brasileiro nos últimos vinte anos a vários fatores. O mais importante é uma alimentação de melhor qualidade. O cardápio nacional é hoje mais nutritivo e variado. Há maior quantidade de proteína, substância presente na carne e no leite que é decisiva no processo de crescimento. Também ajudou a prática de esportes e exercícios físicos com maior freqüência e variedade. Oito em cada dez garotos entre 12 e 20 anos praticam algum tipo de esporte nas principais capitais brasileiras. Entre as meninas, essa proporção é de sete em dez. Por fim, sentem-se agora os bons resultados de décadas de vacinação em massa e da melhoria nas condições sanitárias, que puseram sob controle as doenças infecciosas comuns na infância e que interferem no processo de crescimento.
O jovem brasileiro não está apenas mais alto. Todo o processo de crescimento foi acelerado em relação às gerações anteriores. No início do século XX, a primeira menstruação ocorria aos 15 anos. Hoje, a menarca normalmente acontece aos 12 anos. Há 100 anos, o crescimento dos rapazes só estava completo aos 24 anos. Agora, a estatura adulta é alcançada aos 18. "O crescimento é uma combinação de características genéticas com o meio em que o adolescente vive. Uma coisa não evolui sem a outra", explica o médico Paulo Zogaib, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A prática de exercícios físicos é um dos fatores que têm relação com a espichada juvenil. A ciência não comprovou como se dá exatamente essa influência, mas os médicos apostam em três fatores. O primeiro é que os exercícios estimulam a produção e a secreção de hormônios diretamente ligados a esse processo, como o hormônio do crescimento e a testosterona. O segundo é que a estrutura óssea responde a estímulos como sobrecarga de exercícios. O problema é que, se a sobrecarga for excessiva, pode interromper de vez o processo de crescimento. O último é que, ao fazer exercício, um jovem sente mais fome. Ao comer mais e praticar esporte novamente, acaba gerando um ciclo que favorece o melhor aproveitamento dos nutrientes.
Os pais costumam acompanhar com orgulho o desenvolvimento precoce dos filhos, mas é preciso ficar atento aos efeitos decorrentes. A abreviação da infância é um deles, principalmente no caso das meninas. É comum garotas na faixa de 12 anos, ainda interessadas em brincar com boneca, começarem a sofrer assédio do sexo oposto pelo fato de ostentarem um corpo de adulto. Elas são pressionadas a agir como adolescentes, quando não têm maturidade para isso. Por outro lado, há recursos para os jovens que estão com o relógio biológico atrasado ou demonstram alguma limitação orgânica para crescer. Tratamentos à base de hormônio do crescimento sintético são muito utilizados. O importante, nesses casos, é estar atento ao ritmo de crescimento logo no início da adolescência, porque o sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce.

 
  fonte:Veja Jovens
 
Hormônio do Crescimento
Sinônimos
GH ("growth hormone") / HC ("hormônio da juventude")
O que é?
É um hormônio existente em todas as pessoas normais, que é produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio. A sua estrutura de aminoácidos é conhecida há mais de 40 anos e há mais de 10 anos foi sintetizado através de técnicas transgênicas, estando disponível para uso em diversas situações.
Qual a sua função no organismo?
É importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífises), o que ocorre no final da puberdade, em geral, entre os 15 e os 20 anos de idade.
Possui também importantes funções no metabolismo, principalmente:
 
aumento da síntese de proteínas (principalmente nos ossos e músculos)
diminui a deposição de gorduras em algumas regiões do organismo como o abdômen e o tronco
aumento das necessidades de insulina pelo organismo
retém sódio e eletrólitos
aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio
A liberação normal ocorre durante o sono normal, havendo 3 a 4 picos em cada noite de sono. Estes picos são maiores durante a puberdade e tendem a diminuir com a idade em todas as pessoas.
O controle da secreção do GH por parte da hipófise é regulado por uma região do cérebro denominada hipotálamo, que produz dois hormônios. Um deles é estimulador da liberação do GH, chamado de GHRH (do inglês: GH- releasing hormone) e o outro é inibidor, denominado somatostatina.
Sua ação se faz diretamente em alguns tecidos do organismo e, principalmente, através da produção de fatores de crescimento, especialmente um fator semelhante à insulina, denominado "IGF-1" (abreviatura da sigla inglesa: "insulin growth factor" número 1).
O que se sente na sua falta ou excesso?
A falta do GH provoca uma doença denominada hipopituitarismo, e o excesso acromegalia, que estão descritos em itens específicos deste site.
Quando está indicado tratamento com GH?
O tratamento de reposição hormonal com GH está indicado nas situações a seguir:
 
quando se demonstra a sua deficiência (hipopituitarismo), ou seja:
baixa estatura ou nanismo de causa hipofisária (hipopituitarismo), usualmente associada com a reposição de outros hormônios que também estão deficientes.
hipopituitarismo do adulto ou deficiência de GH do adulto, normalmente decorrente de doença hipofisária ou após cirurgia e/ou radioterapia sobre a hipófise.
em doenças onde sua reposição pode provocar efeitos benéficos sobre o crescimento:
síndrome de Turner: baixa estatura em meninas associada à falência de desenvolvimento da puberdade e alterações em diversas partes do organismo, provocadas pela falta ou anomalia de um dos cromossomos x (cariótipo 46 x0)
crianças e adolescentes com insuficiência renal crônica, associado ao manejo da doença renal e diversos tratamentos de suporte
algumas doenças genéticas onde ocorrem defeitos de formação óssea (displasias ósseas), sendo nestes casos indicado somente em algumas doenças específicas e com o cuidado de não haver piora das proporções entre as diversas parte do corpo (membros superiores e inferiores, tronco e abdômen)
É importante registrar que, para reposição de GH, devemos utilizar apenas o hormônio sintético. O hormônio humano, obtido a partir de hipófise de cadáveres, não deve ser empregado devido ao risco de contaminação com várias e graves doenças. O uso de hormônios extraídos de animais é também totalmente contra-indicado, não só pelo risco de contaminação, como também pela reação alérgica que pode provocar em função do fato do hormônio animal ter uma estrutura molecular diferente.
Questões atuais e relevantes acerca do GH
 
Nos pacientes adultos com deficiência de GH, a sua reposição provoca aumento da capacidade física, diminuição do peso corporal, redistribuição da gordura abdominal, aumento da massa muscular, melhora do humor e do desempenho intelectual, entre outros efeitos mais importantes.
Em função destes excelentes efeitos benéficos, seu uso passou a ser especulado em situações como a obesidade severa e, principalmente, no sentido de reduzir o processo de envelhecimento e para a melhoria do condicionamento físico.
Estes usos, no entanto, não são cientificamente recomendados e, até ao contrário, contra-indicados. Assim, no esporte em geral, a sua utilização é considerada ilícita, estando incluída entre as substâncias proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional.
No que se refere ao efeito antienvelhecimento, o mesmo não está demonstrado. Até ao contrário, em pessoas normais e idosas, ocorre uma redução progressiva da produção de GH, sendo este processo considerado associado ao envelhecimento. Doenças crônicas associadas, alterações nutricionais, redução de atividade física, alterações de sono e uso de diversas medicações são situações em que pode haver piora desta produção hormonal. O emprego de GH em idosos pode apresentar graves efeitos colaterais, como o desencadeamento de diabete melito, aumento da pressão arterial, agravamento de dores articulares e artrose, inchumes (edemas) e piora de função cardíaca e renal.
Dependendo da dose empregada, podem surgir sinais e sintomas semelhantes à acromegalia, conforme descrito no artigo "Acromegalia" neste site.
fonte: Newsletter ABC da Saúde
 

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